data-filename="retriever" style="width: 100%;">A mim alenta a quietude da, sim, maioria, que não engrossou a badernenta e não tão ostensiva polarização que, emergida há alguns anos antes, prosseguiu repercutindo no ano findado na última terça-feira.
Essa gente que não tem, e se tem não perde, tempo, aderindo ao modismo de procurar falhas no lado que escolheu opositor, quase que torcendo sempre pelo erro, tenha ele a consequência que tiver, até mesmo contra si tem, de mim, um respeito grato.
Sim, pois são pessoas que embora acompanhem o tramitar da vida no país, não param para, em exercício de irresponsável embate pelo embate, gritas pela volta do que se foi, ou berrar em defesa do que sequer sabem dos efeitos futuros, mas, prosseguem trabalhando, fazendo e não falando, a sua parte.
Estes, os dados ao silêncio, aparentam mansidão aos olhos dos mais desavisados. Mas são eles, e só eles, os que detêm a lucidez e a serenidade imprescindíveis ao discernimento límpido.
Conscientes que são, não se alçam precipitadamente ao ataque às instituições, aos agentes públicos ou a seus compatriotas. Ao, e quando o fazem, o é no momento e forma oportunos, sem as paixões do elogio ou da pecha ao sabor do funcionamento conforme suas próprias convicções.
Trazem consigo, ainda, a capacidade de aturar o sem número de asneiras ditas em forma de sentenças já quase que ditados, eivadas de soluções simplórias para questões sociais complexas e históricas.
Também por isso, é nos silenciosos que vejo o mérito da inteligência, e mais, o da grandeza ao não sucumbirem aos chamamentos daqueles que, no lugar de raciocinar, gritam, os acusando de "isentões". Que coisa, não? Sim, para o pessoal do berro e não do ato, a postura de se negar a tomar lado nessa guerra de bugios é vexatória...
E os quietos matam também esse fardo no peito.
Como há mais a fazer, os silenciosos avançam. Não se pode parar. Nem para gritar, pois é de trabalho e consciência que a nossa e qualquer outra não que se pretende decente necessita.
Tamanha a capacidade de discernimento destes a que me refiro, os quietos, que aposto: não tardará para que deles emerja senão soluço, princípio de instauração dos tão almejados ordem e progresso que pelos gritões só foi ou é, repito, gritada.
A Martin Luther King meu profundo respeito, mas nesta hora discordarei de sua máxima quando preocupado com o silêncio dos bons.
Graças aos silenciosos, pois mais que educados, são os que estão raciocinando.
Se gritar adiantasse, o porco não virava linguiça.